* Algumas das minhas poesias (publicadas pela Editora AgBook/SP):
INVEJA
Por que inveja?
Por quê?!...
Sentimento inferior,
Tão pequeno pra você!
É como ácido,
Corrói,
E tudo que toca
Destrói!
Inveja, por que inveja,
Se existe oculto em seu peito
Tanto bem a semear?
Se você não é querido,
Procure qual a razão,
Não seja pobre de espírito
Invejando o seu irmão.
Respeite aquele que cresce,
Ele merece louvor,
E você também um dia
Há de sentir na alma
A grandeza do amor!
Seja puro, honesto e bom,
Nunca olhe com desdém,
Pois a inveja é a dor
Que sente por ser ninguém!
VILA TRANQUILA
Pássaros cantando alegremente,
Jardins floridos, perfumados;
Bancos na pracinha espalhados
À espera de felizes namorados.
Campos limpos, verdejantes,
Árvores de folhas brilhantes.
Chuva fina e passageira,
Na noite linda e brejeira.
Raios solares dourados,
Sobre telhados molhados.
Por belas jovens faceiras,
Cães alegres e pequenos
São levados ao passeio.
Meninos que jogam bola,
Meninas que pulam corda,
Depois da missa aos domingos...
Esta é a minha vila,
Aqui eu vivo tão bem!
Nela nasci... vivi...
E quero morrer também.
ESTOU EM PAZ!...
Estou em paz, porque lembrei de você...
Lembrei dos momentos que ficávamos em silêncio,
De mãos dadas, observando encantados
O cintilante beija-flor sugando o néctar da bela e vermelha rosa...
Lembrei do dia em que me confessou seu amor.
E eu, embevecida de alegria, beijei-o.
E naquele beijo, depositei todo o meu carinho.
Lembrei daquela noite estrelada...
E ouvi você jurando jamais me deixar.
Lembrei das ondas do mar quebrando na areia fina,
Produzindo um som de melodia ao meu encantamento.
Lembrei, também, do momento em que esperei em vão...
E jamais soube por que não apareceu para me alegrar.
Lembrei de tudo com nitidez.
Todos os momentos, cores, brilhos,
Nossos movimentos, todas as sensações...
Tudo o que me fazia vibrar de emoção.
E, apesar de tudo, estou em paz,
Porque lembrei de você...
PERDIDO EM NOSSAS MÃOS
O destino do mundo está
Em nossas mãos frias,
Orgulhosas, maldosas e cretinas,
Que o deixam seguir tão triste sina,
E nem tremem!...
Tudo parece perdido...
É a decadência, é o fim que vemos,
Que sofremos e não percebemos
Que podemos tudo modificar.
O que somos, afinal?!...
Seres evoluídos?
Seres inteligentes?
Oh, Deus, que polêmica!
Evoluídos... inteligentes...
Chega ser indecente,
Tais dúvidas em minha mente.
Mas, às vezes, chego a pensar
Que pedir ao homem
Que seja mais consciente
E menos prepotente,
É como pedir ao vento
Que deixe a poeira no chão.
O mundo está perdido
Em nossas grosseiras mãos.
E nunca percebemos
Que podemos
Tudo modificar!
POR QUE NÃO FICAS COMIGO?
Nada vai bem contigo!
Te chamo e me dizes não,
Fechando-me o coração.
Por que não ficas comigo?
Nada vai bem contigo!
Tu foges de mim se falo,
Meu peito chora se calo.
Por que não ficas comigo?
Nada vai bem contigo!
Mostro um sorriso quente,
Ofereço-te amor ardente
E não queres ficar comigo!
Nada vai bem contigo!
Meu pensamento voa,
Meu grito no espaço ecoa:
Precisas ficar comigo!...
LIBERDADE
Voar... voar... voar por este espaço infinito
Sem rumo, sem ida e sem volta... apenas voar.
Sentir o ar quente dos trópicos,
O ar gelado das montanhas brancas.
Não parar, apenas voar...
Ah, tão lindo lá embaixo!...
Árvores brancas, roxas e amarelas,
Colorindo o verde das matas.
E o matiz do arco-íris
Refletindo nas águas cristalinas
Das espumantes cachoeiras?!...
Que espetáculo aos meus olhos!
Hotéis, pousadas, vilas tranquilas...
Campos verdejantes e cavalos galopantes.
Tudo sob o meu olhar!
Chuva de sonhos trazendo-me calma,
Lavando minha alma...
Como é bom voar!
Não falar, não pensar, apenas voar.
Tudo pequenino sob o meu olhar,
Tudo tão imenso a me rodear.
Voar... voar... voar sem parar
Sobre as nuvens ondulantes.
Suave a deslizar e nunca me cansar.
Sou leve qual pluma que o vento sopra
Para bem distante.
E a brisa, bem devagar, sempre a me levar...
Continentes... planetas... galáxias... infinito.
Tudo a me encantar!
Jamais parar, apenas voar...
MÃE VERDADEIRA
Se você pudesse penetrar em minha mente...
Se pudesse ver os meus sonhos...
Descobriria quem sou realmente.
Sou uma criança feliz e alegre,
Acompanhando a vida que segue
Lenta, tranquila e cheia de amor,
Amor puro e sincero que você me ensina.
Seu carinho, sua paciência, sua bondade,
São para mim a verdadeira felicidade,
Que enche meu coração inocente
Da alegria que muita criança não sente,
Por não ter alguém como mãe!
Mãe querida,
Apesar de não sermos ligados
Pelo verdadeiro elo da vida,
O destino nos uniu por laços apertados.
E você é a mãe que tanto desejei,
É a mãe que sempre esperei,
Enquanto brincava triste,
Num jardim de orfanato!
Sei que jamais esquecerei,
Tudo o que faz pela minha tranquila paz!
Um dia, eu prometo, serei como você:
Alguém valente e nobre,
Que ajuda sempre o pobre,
Afastando o seu sofrer.
Alguém que tudo enfrenta,
Que na vida tudo aguenta
Para que o filho sorria
E possa a vida viver.
Mãe amada,
Por mim é idolatrada!
E ao meu lado terá guarida,
Quando for velha e cansada
E não mais puder suportar
O suor do rosto enxugar,
Lutando por minha vida!
SÚPLICA
Não
Queres,
Por
Ti, Deres,
Me Dor
Dar, Por
O Ti
Que Eu
Vim Vou
De Sofrer
Ti E
Buscar! A
Mas, Morte
Por Hei
Deus, De
Decidas Encontrar!
Logo E
Me Aí
Dar Não
O Vou
Que Mais
Vim Te
A Ver,
Ti Nem
Suplicar! Me
Pois Ver
Se Tu
O Poderás!...
Teu
Amor
Não
Me
AFINAL, QUEM SOU?
Sou o sol que brilha no horizonte;
Sou as estrelas perdidas no céu;
Sou as árvores frondosas das matas virgens;
As montanhas caladas e grandiosas;
As flores silvestres e os campos verdes.
Sou os pássaros que cantam alegremente,
Os animais ferozes das florestas silenciosas.
Sou os arranha-céus e as casas toscas,
As estradas longas a percorrer.
Sou as crianças que brincam inocentemente;
Os trabalhadores na luta constante;
Os estudantes, homens futuros.
Sou a música que alegra os tristes.
Sou o ar, a chuva, o orvalho e a neve...
Afinal, quem sou?!...
Sou a NATUREZA tão bela e pura que Deus criou!
ESQUIZOFRENIA
Devaneio... Prostração...
Desligamento inteiro.
Olhar perdido no nada,
No vazio da própria mente.
De repente, onde estará?
Onde vagueia o espírito
Desse ser que não mais vive,
Que não sabe se existe
Ou se aqui já está?
Olhar parado no ar,
No azul do céu celeste...
Parece estar a esperar
Que Deus o venha buscar.
Cai-lhe a chuva nos cabelos,
Molha os olhos a chorar,
Desbota-lhe o pensamento,
Já não tem o que pensar.
Palavras desconexas,
Vazias, sem sentido,
Diz o louco ao invisível,
Vendo tudo a cintilar.
Vê jardins de flores verdes,
Flores azuis e vermelhas,
Enquanto na mente dispersa,
Explodem milhões de centelhas.
O que será desse alguém,
Que dizem não ser ninguém,
Quando passar um milênio
E tudo modificar?
Terá a mente perfeita
Ou confusa ainda estará?...
CONFLITO MUNDIAL
Mundo melancólico, mundo confuso,
Onde os seres vivem em desordem...
Desordem mental. E o que fazer
Para viver neste mundo obtuso?...
Mas, será o mundo obtuso?!...
Ou obtuso são os seres que o habitam,
Poluindo-o com seus conflitos?!...
Sou a gota cristalina do orvalho,
Sou o ar saudável da manhã.
Sou o verde dos campos sem fim,
A
As águas dos mares azuis
E das nascentes transparentes.
Sou as estrelas que brilham no céu,
Sou os raios do luar prateado
E os raios do sol dourado.
M
O sorriso doce e puro da criança,
A alegria que domina os bons,
Sou a coragem que gera os grandes,
Sou a pureza da Virgem Santa,
Sou o brilho do olhar
Diante da certeza do amanhã.
O
Sou a flor que desabrocha perfumada,
Sou o canto da cotovia.
Sou quem dá tranquilidade
E a tão desejada felicidade!
R
Sou o AMOR que Deus semeou,
Para quem quiser o meu fruto colher.
NÃO VOU MORRER...
Aqui estou e aqui ainda estarei,
Quando a vida acabar.
Para o mundo,
Desaparecerei.
Mas, continuarei a olhar,
E ver tudo à minha volta...
Verei o brilho do sol no horizonte,
A lua a iluminar o amor.
Verei sorrisos no meu caminhar,
E a vida continuar
Serena... suave... sem parar.
Verei o amor, além de senti-lo
No meu olhar.
Verei o mundo girar,
Como bolinha de brincar...
Verei até o que não quero ver,
Mas, para compensar,
Verei que não vou morrer...
Que jamais deixarei
De existir,
Mesmo que não lembrem
Mais de mim!...